Anexos:
Prezados(as) colegas MNBDistas:
Ainda não foi desta vez... Tivemos a possibilidade de acabar com o exame neste julgamento, muitas coisas aconteceram e não ganhamos.
Nossa grande esperança o tempo todo, foi a confiança na posição do Ministro Marco Aurélio contra o exame de ordem (vejam noticia de 2008 em anexo) que os colegas brasilienses – e claro, a OAB – cansaram de ouvir o ministro dizer que o exame era inconstitucional.
Este conhecimento da posição pessoal do Ministro também era a base do pesadelo da OAB, principalmente depois do parecer do Sub Procurador Rodrigo Janot sobre a inconstitucionalidade material (clara e evidente) do exame.
Nos informaram de reuniões constantes na OAB, onde debateram o que fazer com o fim do exame, já estavam prontos para “descontar” os R$ 200,00 da taxa no valor das inscrições a partir do dia 27... A OAB dava o exame como perdido...
Como sempre disse aos colegas, o desespero da OAB nos animava...
Assim, hoje vou fazer um resumo do que aconteceu e na seqüência vou escrever de forma mais detalhada sobre o julgamento do STF.
ANTES
Como já vinha avisando os colegas, o Ministro Marco Aurélio desde setembro estava buscando pauta para colocar o RE em julgamento. Avisei que seria coisa de semanas e não de meses.
Na semana anterior, no dia 14/10, a Vice Pres. Nac. Thamar havia contatado o gabinete e informada que, o Ministro sanearia os autos até a semana passada e que, até o dia 25 sairia publicado no Diário Oficial a data do Julgamento. Deveríamos ter de prazo, de uma semana a 15 dias. A publicação do dia 26, saiu na 6ª feira, dia 21. Às 13h passei mensagem a todos avisando a data, conforme havia me comprometido a fazer com os colegas.
Saí de SP na 6ª a noite e já no sábado estava fazendo reuniões em Brasília. Uma foi com o Pres. Distrital Astrogildo. Astrogildo convocou os brasilienses e nos reunimos no domingo, distribuímos tarefas e começamos a por em prática a estratégia planejada.
O pres. Astrogildo já tinha em mãos 7 mil panfletos (gentileza da CUT/DF) convocando os acadêmicos a estarem presentes. A CUT havia prometido ainda, um carro de som para ser usado nas universidades. Com várias greves no DF (Justiça Federal há quase 5 anos sem reposição salarial e outras categorias...) não tivemos o carro de som para ir às faculdades. Nossos colegas brasilienses, porém foram heróicos e se desdobraram na distribuição.
Ainda no domingo, junto com colegas, fomos contatar a imprensa: As redes de TV Record, Globo, Bandeirantes, SBT, a TV da Igreja Sara Nossa Terra, a Rádio CBN, os jornais Correio Brasiliense e Jornal de Brasília.
Na 2ª feira, contato com secretários do DF (caso do Sec. do Idoso do GDF, Ricardo Quirino, acadêmico do 4º ano), o Sub-Secretário Jooziel Freire da Segurança Pública, panfletagem nas faculdades, contato com deputados federais que nos apóiam e até contato com o Pastor Elias da Frente Parlamentar Evangélica, por meio de nossa Colega Elisabete, secretária do MNBD/OABB DF e pastora. Ela foi convidada e participou de um culto na manhã do dia 26 com a bancada evangélica, onde formalizou o convite para que os deputados se fizessem presentes nos apoiando.
Ainda na 2ª, a chegada das colegas Lene e Mag do “Bacharéis em Ação” e do colega Willyan Johnes da “Ordem dos Bacharéis do Brasil”, onde trocamos informações e passamos a trabalhar de maneira ordenada, cada grupo contatando seu parlamentar mais próximo. Mais xerox dos panfletos foram obtidos com os deputados Vicentinho, Domingos Dutra, Eduardo Cunha, Antony Garotinho, Hugo Leal, Protógenes Queiroz e outros, ao ponto do setor de xerox da Câmara não aceitar mais requisições e se recusar a tirar mais cópias. Todas foram distribuídas por nosso pessoal em Brasília nas Faculdades...
Na 3ª feira, com a chegada do Pres. Julio Velho do MBBAD, fechamos os grupos e direcionamos nosso trabalho parlamentar novamente, desta vez também no Senado.
DURANTE
Na 4ª feira, dia do julgamento, as 9h já estávamos afixando faixas e recebendo os primeiros colegas de vários pontos do Brasil: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais e, claro, de Brasília.
Se falou muito em ônibus que estavam vindo a Brasília. Boatos que não se confirmaram.
Às 13h30m, começa a entrada no STF. A fila dobra a “esquina” e o plenário se completa, deixando mais de uma centena para fora.
Começa o Julgamento, com o relatório do Ministro, seguido de explanação da representante da Advocacia Geral da União que pugnou pela constitucionalidade do exame, A manifestação da AASP (associação dos Advogados de São Paulo – Cujo presidente é o Aristóbulo que esteve no programa do Jô Soares), seguiu-se o presidente da OAB, a defesa do colega João Volante e veio a primeira surpresa: O Procurador Geral Roberto Gurgel, contraria o Parecer do Sub-Procurador Rodrigo Janot e oferta parecer pela constitucionalidade do exame. É muito raro um parecer ser modificado, muito mais quando a base do parecer é jurídica e não opinativa.
Intervalo e chega a informação que os documentos apresentados a pedido do Ministro em complemento e apresentados há dias pela OABB – amici curiae e assistência de defesa – estranhamente não haviam chegado ao gabinete e portanto, não haviam sido analisados até o momento. O mesmo acontecendo com os documentos complementares – eram cópias, o ministro determinou a apresentação de originais – apresentados pela Ordem dos Bacharéis do Brasil (OBB). Assim, quem atacaria o exame não teve como se manifestar... A decisão contrária foi emitida pelo Ministro após o julgamento, quando já não havia como ele aceitar... Estranho... Muito estranho.
O Ministro Marco Aurélio, inicia seu voto e algo não soa normal. O Ministro que sempre criticou o exame e disse que teria fim em breve nas rodas sociais de Brasília, começa a apresentar argumentos rebuscados para justificar a constitucionalidade do exame. Rebate todos os pontos e conhece do Recurso Extraordinário e nega provimento. Este é um ponto importante!!!
O Ministro Luiz Fux quase vota contra o relator, destaca que em breve poder-se-á determinar a inconstitucionalidade, critica o exame, mas segue o voto do relator. O Ministro Dias Toffoli foi outro que votou sem se manifestar, indicando estar incomodado com o voto do relator, mas sem disposição para debate. O Decano Celso de Mello foi o último e segue o voto. O Ministro Marco Aurélio obtém unanimidade. O exame é declarado constitucional no RE 603.583 RS.
DEPOIS
Passei aos colegas a informação sobre a questão jurídica e, com a imprensa toda afirmando que o Julgamento tinha declarado O EXAME constitucional fui ao STF em busca de respaldo para mudar estas manchetes, pois afinal, com a negativa de provimento, o TEMA exame de ordem não havia sido julgado, apenas o Recurso havia sido improvido com análise apontando constitucionalidade.
Após idas e vindas, nossa análise jurídica é confirmada. A decisão foi inter partes, não se aplica a Repercussão Geral que é do TEMA exame de ordem.
Com isto, há uma expectativa de novo julgamento em breve, como declarou o Ministro Fux, com a chegada de nova ação no Plenário.
Se tivesse havido o provimento, TODAS as ações em tramitação em TODAS as instâncias seriam automaticamente encerradas. Como NÃO houve provimento, as ações que estavam sobrestadas (suspensa a tramitação) até decisão do STF na ação em Pauta, voltam a caminhar e agora só temos de esperar a próxima entrar em pauta para que nova batalha aconteça no STF.
OS PRÓXIMOS PASSOS
Porém, haverá no próximo julgamento – turma ou plenário – o precedente desta decisão que declara a constitucionalidade do exame. Será mais difícil, mas nada tem sido fácil para os bacharéis e muito melhor se ter uma expectativa pela qual se lutar, que não ter expectativa alguma.
Nossa luta principal agora terá como arena o Congresso Nacional. O Deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) organiza uma Frente Parlamentar pelo fim do exame de ordem e reestruturação da OAB, já está acontecendo a colheita das assinaturas necessárias e deputados que nos apóiam, como Vicentinho (PT/SP), Domingos Dutra (PT/MA), Jair Bolsonaro (PP/RJ), Hugo Leal (PSC/RJ), Protógenes Queiroz (PC do B/SP), Antonio Carlos Valadares Filho (PSB/SE), Francisco Escórcio (PMDB/MA) e muitos outros estarão trabalhando conosco.
Afinal, o Supremo é um intérprete das Leis, mas quem FAZ AS LEIS é o Congresso Nacional e nossa batalha principal agora será política enquanto aguardamos novas batalhas no Supremo.
SITE NO AR.
Já está no ar o site www.mnbd.org com os vídeos do julgamento na íntegra, também com o voto inesperado pela constitucionalidade do Min. Marco Aurélio e do único indignado que quase votou a nosso favor, Ministro Luis Fux.
O site ainda está terminando de ser montado, o chat ainda não está no ar, falta material a ser adicionado, mas já tem seções quase prontas.
Veja o histórico de ações, onde acrescentaremos em breve este julgamento no STF, com fotos e vídeos.
Aliás, os colegas que tiraram fotos no julgamento (especialmente o colega de Anápolis/GO que usou material profissional de fotografia) me enviem fotos por email para que possamos mostrar a quem não compareceu, o que foi o julgamento.
FINALIZANDO
Estarei fazendo uma versão mais longa e completa de tudo o que aconteceu neste julgamento neste fim de semana.
Peço apenas que os colegas não desistam ao perder esta batalha. Foi um golpe duro, mas temos de levantar a cabeça e seguir lutando. As formiguinhas assustaram os elefantes a ponto de muitos debandarem e fugirem da luta.
Ganharam uma batalha, mas a guerra está longe de acabar, pois senão todos, a maioria dos bacharéis lutará até a morte por seus direitos,pelo fim deste exame imoral, ilegal, e, apesar do Ministro Marco Aurélio ter mudado de opinião e apresentado argumentos não usuais nele para justificar o injustificável, o mesmo segue inconstitucional, pois sabemos que coerente e imparcial foi o Desembargador Vladimir Souza Carvalho na Liminar do TRF 5 e não um ministro que era um ídolo para os bacharéis, que rasgou sua biografia e que agora só será venerado nos altares dos líderes da OAB.
Recolhendo os cacos, agradecendo aos céus pela esperança de nova batalha no Supremo em breve, se preparando para lutar no Congresso e levantando a cabeça, pois nossa derrota nesta batalha dará ainda mais sabor a vitória que iremos buscar.
Perdão aos colegas que mandaram emails estes dias, pois na busca de uma definição, peregrinei e não parei um minuto. Neste fim de semana respondo os emails e alimento nosso site...
Saudações MNBDistas
Reynaldo Arantes